domingo, 1 de março de 2009

Dilma encara Gilmar Mendes na defesa do MST

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse na sexta-feira (27) em Florianópolis que o governo federal age dentro da lei ao financiar associações ligadas à reforma agrária e que aguarda manifestação "formal" do Poder Judiciário sobre eventuais entidades ilegalidades. Questionada como o Palácio do Planalto recebeu as declarações do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, de que governo e a sociedade têm responsabilidade nas invasões ao financiar entidades como o MST, Dilma disse que a administração federal não opera com nenhuma ilegalidade e que denúncias formais do Judiciário serão investigadas.

O que dizer desse debate??

Essa situação reflete a luta histórica da elite brasileira, sobretudo a rural, para bloquear o acesso da classe trabalhadora à terra no Brasil. Infelizmente o Brasil não é modelo a ser copiado no que compete à distribuição de terras, pois desde o período das sesmarias, passando pela lei de terras de 1850, pelo Estatuto da Terra de 1964, pela Reforma Agrária via correio do Governo FHC, até os dias atuais, os camponeses sempre ficaram em pleno estado de exclusão.
Outra coisa que não podemos esquecer é que o Ministro do Supremo tem todo direito de expressar sua opinião e isso devemos respeitar, porém, não somos obrigados a aceitar uma postura travestida de opinião, a qual carrega todo o conservadorismo da cruel e desumana estrutura social, historicamente construída, nesse país. Também não podemos esquecer que esse mesmo Ministro agiu abertamente para garantir privilégios ao empresário Daniel Dantas (Proprietário do Grupo Oportunit) quando este foi preso pela Polícia Federal. Acho que não se pode ter dois pesos e duas medidas, a democracia não comporta isso. Para o milionário Daniel Dantas, tudo, para os ditos descamisados dos sem terra, o terror? Assim não pode, assim não dá..

Acesse e dê sua opinião, é dessa forma que estamos construindo nossa democracia..

3 comentários:

  1. Excelente tema!
    Em minha singela opinião, a distribuição de terras no Brasil é de fato historicamente inadequada, como muito bem exposto. É triste perceber a enorme disparidade das posses de uma pequena elite perdulária e insensata, conquistadas em grande parte de forma irregular, quando não criminosa, enquanto uma enorme população sofre por falta de condições mínimas de sobrevivência. Tão triste quanto é ver um movimento como o MST, surgido com base no justo questionamento social por uma reforma agrária democrática e sensata, ter o seu sentido primeiro deturpado por uma boa parte dos seus atuais integrantes. Ainda mais sombrio é perceber aquela mesma população servir de massa de manobra eleitoreira a uma classe que nada mais demonstra querer, pelas suas ações políticas antijurídicas, formar uma nova elite tão gananciosa quanto a historicamente retorquida. O que será que sobrará para a camada realmente pobre e de fato sem terra?? Está aí, mais uma das questões políticas que a mim, talvez por ignorância, ou quiçá alienação, ainda falta solução, para não me valer das ditas "absurdas"!

    Parabéns pelo Blog Professor Lobo!
    Desejo todo o sucesso ao site que tem tudo para se tornar um espaço de excelência para o debate!

    João Pedro Cruz

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  2. Parabéns meu primo lindo! Como sempre, muito orgulhosa de você pela sua criatividade e muita competência . Deus lhe abençoe.
    Joinha

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  3. Agradeço a João Pedro e a minha prima linda pela participação. Mandem sugestões de matéria e debate para nosso blog..

    Quanto ao debate do MST, João, discordo que o MST tenha se tornado um movimento que manipula as pessoas pobres como massa de manobra. Acho que no MST, como em diversos outros movimentos, existem sim pessoas mal intencionadas, porém, não podemos abraçar o discurso perverso da elite brasileira de que esta trincheira social é ilusória e ilegal.
    Terra é vida, terra é trabalho, terra é dignidade. Por isso não podemos nos calar diante de uma situação onde os dados oficiais apontam que 75% dos agricultores familiares do país são considerados de renda baixa a quase sem renda, e que esse mesmo percentual ocupa menos de 10% das terras do Brasil. Ainda, temos que lembrar também que cerca de 60% dos trabalhadores rurais não possuem terra. O que não pode deixar de ser dito é que os chamados agricultores patronais (corporações, bancos e etc) que somam 1% dos agricultores possuem, atualmente, 52% das terras agricultáveis. Isso é vergonhoso e essa situação tem que ser levada em consideração antes de embarcarmos no discurso elitista que trabalhador rural sem terra é ilegal ou mesmo que o número de filhos dos pobres é a causa da pobreza.

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